O objetivo do artigo é analisar a estratificação horizontal do ensino superior no Brasil com enfoque nos cursos de engenharia, medicina e direito. Pretende-se investigar se essas áreas se diferenciam de acordo com o perfil socioeconômico de seus concluintes e se houve transformações nesse perfil em um período de rápida expansão do sistema de ensino. Resultados obtidos através de modelos multinomiais e de regressão logística indicam que esses cursos apresentam diferentes padrões de desigualdade de acordo com raça, sexo e escolaridade dos pais. O trabalho identificou uma diminuição nas desigualdades para o período analisado, mas com particularidades importantes entre as áreas e entre os tipos institucionais. As análises reforçam as hipóteses de que a estratificação horizontal pode ser um mecanismo de manutenção das desigualdades em períodos de expansão dos sistemas de ensino e que deve variar de acordo com o grupo profissional.