Entre os desafios para a democratização do ensino superior no Brasil estão as hierarquias internas desse setor. A formação em diferentes cursos ou instituições possibilitam retornos distintos, tanto sociais quanto econômicos. Este trabalho visa discutir alternativas teóricas e empíricas para a análise do processo de expansão do ensino superior, que deem conta das particularidades internas dessa categoria de ensino. A estratificação horizontal será tratada, portanto, a partir das dimensões da instituição e das especialidades da engenharia. Os dados a serem analisados são relativos ao perfil socioeconômico dos estudantes de engenharia na cidade do Rio de Janeiro. A hipótese é que, mesmo no interior de uma área específica e em instituições de uma mesma cidade, o perfil social dos estudantes distingue-se de acordo com a especialidade da engenharia e a instituição de formação. Foram utilizados os dados dos concluintes em engenharia do ano de 2017 a partir do questionário socioeconômico do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE). Os resultados apresentados sugerem uma visível estratificação das instituições e das especialidades da engenharia com base do perfil socioeconômico dos alunos. A origem social dos estudantes apresenta-se como um fator importante na distribuição destes nos diferentes espaços do ensino superior, ainda que em uma amostra restrita a um curso historicamente prestigiado e em instituições de uma mesma cidade.